A amamentação é uma fase muito especial na vida das mães, pois além de fornecer um alimento rico em nutrientes essenciais para o seu desenvolvimento, também é um momento de conexão emocional com o bebê.

Entretanto a amamentação pode também ser um período de muitas dúvidas, principalmente para as mães de primeira viagem. É preciso controlar o tempo de cada mamada ou esperar o bebê chorar? O leite muda conforme o tempo? Tire as suas dúvidas conferindo nossas dicas.

Benefícios

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS e o Ministério da Saúde, o indicado é que os bebês se alimentem exclusivamente do leite materno durante os seis primeiros meses de vida e de maneira complementada até os dois anos de idade. Ou seja, mesmo que a mãe opte por inserir outros alimentos na dieta do bebê, é indicado para a saúde da criança que ela continue se alimentando também com leite materno neste período. 

O aleitamento materno pode oferecer inúmeros benefícios tanto para a saúde do bebê quanto da mãe. Como por exemplo:

  • Fortalece os laços afetivos entre mãe e o bebê
  • Favorecer o sistema imunológico e a composição da flora intestinal do bebê
  • Diminui os riscos de infecções no bebê
  • Ajuda a evitar ou diminuir a incidência de cólicas intestinais no recém-nascido
  • Estimula o desenvolvimento físico e mental do bebê
  • Evita infecção respiratória
  • Diminui o risco de alergias
  • Atua na prevenção de hemorragia materna no pós-parto
  • Reduz o risco da mãe desenvolver alguma doença cardíaca e diabetes tipo 2
  • Reduz o risco da mãe desenvolver alguns tipos de câncer, como o de mama, ovário e útero.

Tipos de leite

Muitas mães, principalmente as de primeira viagem, não sabem que a produção de leite passa por três fases diferentes. E por isso, muitas mulheres podem se questionar se o seu leite “está muito fraco” ou se ele realmente está nutrindo adequadamente o bebê. Mas não se preocupe, é normal que durante os primeiros quinze dias após o parto, o leite materno apresente uma coloração mais clarinha e depois engrosse sua espessura. Veja a seguir as três fases do leite materno.

  1. Colostro

O colostro começa a ser produzido pela mãe durante o último trimestre da gravidez. Ele pode ter um aspecto amarelado ou esbranquiçado e mais aguado. Este líquido é salgado por ter potássio e sódio em sua composição e é rico em proteínas e agentes de defesa do organismo, como leucócitos e imunoglobulinas. O colostro pode apresentar um aspecto não tão bonito quanto o leite, mas ele é essencial para deixar seu bebê mais forte.

  1. Leite anterior ou Leite de transição

O leite de transição também apresenta um aspecto mais fino, mas também não é motivo de preocupação. Seu aspecto ralo é normal devido sua riqueza em água, pois este é seu objetivo, hidratar o bebê. É muito comum que neste período as mães recorram à fórmulas lácteas para complementar a alimentação do bebê, mas o indicado é que o bebê se alimente somente o leite, a não ser por orientação médica.

Em comparação ao colostro, o leite de transição tem uma maior concentração de gordura, além de mais lactose, um tipo de açúcar natural, que fornece mais energia para o bebê.

  1. Leite maduro

Durante o fim do primeiro mês de amamentação, o leite já passou por todo o seu período de transição e chega à sua forma madura. Isso quer dizer que o leite já está em seu estado ideal para manter seu bebê em crescimento. A composição do leite não irá alterar mesmo que a mãe continue a amamentar durante alguns meses ou até por mais tempo.

Técnica de amamentação

Apesar de a sucção do bebê ser um ato instintivo, ele precisa aprender a retirar o

leite do peito de forma adequada. Quando o bebê consegue pegar a mama de maneira correta, acontece um encaixe perfeito entre a boca e a mama e garante a formação do vácuo, assim fazendo com que ele se alimente de maneira segura.

A maneira como a mãe e o bebê se posicionam durante a amamentação são muito importantes para que o recém-nascido consiga fazer a sucção correta e também não machuque os mamilos da mãe.

Uma posição inadequada, tanto da mãe quanto do bebê,  dificulta o posicionamento correto da boca do bebê em relação ao mamilo e à aréola, o que pode resultar na “má pega”. A má pega dificulta o esvaziamento da mama, o que leva a uma diminuição da produção do leite.

Como saber se a pega está correta? A boca do bebê deve ficar bem aberta e cobrir completamente a aréola. E para ajudá-lo, você pode segurar a ponta do seio e inserir bastante dentro da boca dele, direcionando o mamilo ao céu da boca.

Cuidados com os seios 

Os seios da mãe devem estar sempre limpos para evitar qualquer contaminação para o bebê, mas não é necessário lavar a mama antes de amamentar. Para a higiene dos seios é recomendado lavar somente com água morna durante o banho. Evite utilizar muito sabonete pois ele pode remover a lubrificação natural da pele e provocar ressecamento, o que contribui com a irritação do mamilo. Evite também esfregar muito com a toalha, prefira secar ao natural. 

O leite fresco pode ajudar a cicatrizar os mamilos machucados, por isso tente massageá-los com algumas gotas antes e depois de amamentar. O ideal é mudar os protetores de seios com frequência se ficarem muito úmidos, para reduzir o risco de infeções bacterianas ou fúngicas.

Outros alimentos durante a amamentação

Muitas mães têm dúvidas se devem ou não inserir novos alimentos para o bebê logo nos primeiros meses de vida. A Organização Mundial de Saúde afirma que não há vantagens em oferecer alimentos complementares antes dos seis meses, e pode, inclusive, trazer prejuízos à saúde do bebê. A OMS lista alguns perigos ao oferecer outros alimentos para a criança antes dos seis meses:

  • Aumento de chances de episódios de diarréia
  • Chances de hospitalizações por doenças respiratórias
  • Risco de desnutrição caso os alimentos forem nutricionalmente inferiores ao leite materno 
  • Menor absorção de nutrientes do leite materno como ferro e zinco
  • Menor duração do aleitamento materno.

Após o segundo ano de vida o leite materno continua sendo importante fonte de

nutrientes. O alimento é rico em vitaminas C e A e pode oferecer até um terço das proteínas necessárias para a criança. Além disso, o leite materno continua protegendo contra doenças infecciosas.

Qual a frequência ideal das mamadas?

Esta é uma pergunta que divide opiniões no mundo materno. Mas não é necessário se preocupar porque não existe certo ou errado sobre a amamentação. É importante que cada mãe entenda o que funciona melhor para ela e para o seu bebê. 

Livre demanda

A amamentação em livre demanda é quando a mãe oferece o leite ao bebê sempre quando ele estiver fome. A mãe não fica esperando o bebê chorar, pois com o tempo ela consegue reconhecer quando ele está com fome, seja porque ele fica mais agitado ou porque faz movimentos de sucção com a boca procurando o seio. 

Muitos médicos recomendam que as mães amamentem por livre demanda, pois neste modelo é possível prevenir o ingurgitamento – que é o acúmulo de leite nas mamas.

Entretanto, a livre demanda afeta bastante a rotina da mãe já que ela fica em função do bebê durante todo o dia e à noite.

Controle das mamadas

Muitas mães optam por ter o controle das mamadas durante o dia. Elas oferecem o seio para o bebê a cada 3 horas ou a cada 2 horas e meia, estabelecendo uma rotina de alimentação. 

Ao optar por este modelo, é preciso ter bastante cuidado, já que cada organismo pode reagir de maneira diferente. Pode ser que o bebê não se adapte aos horários e fique com fome neste meio tempo.

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